13 de agosto de 2011

Sáb. 00:10 - 00:40

Uau exactamente a mesma hora que da última vez! What are the odds of that? Anyway. Pergunto-me porque será que as mesmas atitudes que nós tomamos e que são toleradas por pessoas que conhecemos bem podem assustar pessoas que estamos ainda a conhecer. Dou-vos um exemplo. Cheguei a perder uma proto-amizade e quase fiz o mesmo com uma segunda quando mandei uma piada um pouco mais atrevida. A questão é que uma pessoa que conheça bem, aliás, não precisa de ser bem, é apenas minimamente, sabe que eu digo estas piadas, e que as digo sem qualquer malícia (é geralmente quando faço trocadilhos com as palavras porque as interpreto muito literalmente - acho que já escrevi sobre isso). Não se vai assustar com isso. Vai-se rir. Então o que aconteceu com as pessoas que se assustaram? OK, não tenho bem uma resposta para essa pergunta, uma série de conjecturas talvez. Há a hipótese de não sermos compatíveis, de todo mesmo. Mas eu contesto essa hipótese, afinal grande parte dos nossos amigos não são necessariamente compatíveis connosco. Não têm os mesmos interesses. Não dizem as mesmas piadas que nós, e alguns deles nem sequer gostam das nossas piadas, mas não se assustam. São amigos porque fomos ou somos colegas de escola, ou de trabalho, ou porque o meu melhor amigo agora namora com a melhor amiga dela. Mas OK, vamos andar para trás um bocadinho, porque realmente no contexto em que conheci as minhas proto-amigas, talvez se esperasse ir um pouco além da amizade. Portanto, agora que repus o contexto, digamos que uma pessoa ao conhecer outra tenta sempre dar de si o seu melhor ao mesmo tempo que espera o pior do outro. Por isso qualquer falha detectada no outro é imperdoável. O Seinfeld terminou um namoro porque ela comia as ervilhas uma a uma, for god's sake! O ser humano evoluiu assim de forma a mostrar primeiro o máximo das suas qualidades e esconder tanto quanto possível os seus defeitos, até chegar ao ponto de não retorno. Aí já não há problema em mostrar os defeitos porque já passam a ser toleráveis. Por isso é que há tanto casamento desfeito ao fim de quatro ou cinco anos, e por isso é que no desfazer do casamento todos recordam aquele tempo em que só havia qualidades. Mas lembrei-me de outra, a melhor solução para este problema ainda é capaz de passar por uma análise estatística. Simplesmente, o período de amostragem é muito baixo. Se eu faço asneira em 10% do meu primeiro encontro, ela vai pensar que vou fazer 10% de asneiras toda a minha vida. Sempre é mais de meio dia por semana, ainda é um bocado. Só quem espera tempo suficiente para ver é que consegue descobrir se os 10% estão na média ou se são só um outlier.

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