8 de janeiro de 2011

Sáb. 16:10 - 16:40

Ainda estou siderado pela simplicidade e eficácia do pormenor das mãos em cima da mesa. Estes pormenores são pequenos ovos de Colombo, que só se tornam óbvios quando realmente os vemos a acontecer. Ainda sobre o post anterior, é verdade que não me sinto confortável por escrever num café cheio de gente, mas penso que é por me aperceber que ocupo uma mesa inteira quando grupos de quatro ou cinco não têm lugar no café. Parece que estou a dar prejuízo à casa. Mas enfim, não é disto que queria falar. Hoje é o meu primeiro post de 2011. E sobre isso, tenho a dizer que acho curiosa a cerimónia da passagem de ano. Não é nenhuma data histórica ou religiosa importante, é simplesmente um dia que se escolheu ao calhas para aumentar o número de anos em um e reiniciar a contagem dos dias. Poder-se-ia acumular com o Natal, por exemplo, ou outra data qualquer, mas pronto, escolheu-se um dia ao calhas. Não é propriamente motivo de indignação, mas é curioso. A passagem de ano não é um feriado normal. É algo que se festeja com os amigos, que se passa em lugares exóticos ou, no mínimo, diferentes dos habituais. Tal como no Natal, na passagem de ano não é suposto estar sozinho, e as pessoas ficam preocupadas ao saber que é isso que um dos seus conhecidos se prepara para fazer. Até o meu psi me perguntou onde é que eu ia passar a passagem de ano, provavelmente pronto a dar-me um sermão se eu respondesse que ia ficar em casa a ver TV. Depois há aquilo das retrospectivas do ano que passou, e dos desejos e resoluções para o ano que vem. As retrospectivas não acho mal, é bom que se façam de tempos a tempos para recordarmos o que se tem passado, escolher o melhor e o pior do ano, acho piada a essas merdas. E se há uma altura certa para o fazer, é capaz de ser esta. Por outro lado, as resoluções e desejos são um bocado estúpidos, não propriamente pelo que são mas porque na semana a seguir já ninguém se lembra deles. Para já, para quê 12 resoluções ou 12 desejos? De repente consigo lembrar-me de três, com alguma sorte de seis, mas depois começamos a repescá-los e a pedir coisas estúpidas. Este ano pedi apenas um desejo, quanto mais não seja para ver se me lembro dele na próxima passagem de ano. Houve um ano em que eu cheguei a seleccionar cuidadosamente os 12 desejos, escrevê-los no computador e deixá-los guardados, para no ano seguinte contar quantos deles se tinham cumprido. E o que aconteceu no ano seguinte? Nem sequer tive paciência para procurar o ficheiro e abri-lo. Suponho que ainda lá está.

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