Neste blog as regras parecem ser feitas para ser quebradas. E neste momento estou prestes a quebrar a regra número um, a da meia hora. Ainda estou num sítio público, embora não num café, mas dentro de um avião algures no ar. Com o telemóvel desligado não tenho forma de saber que horas são, e de qualquer forma espero passar a parte da viagem a escrever, por isso parece-me justo que as regras se quebrem hoje. Muitos de vocês devem achar (ou acharão, uma vez que não tenho tido muitos leitores até agora) que um blog com regras é um bocado estúpido. Sei pelo menos de alguns que o acham. No entanto, são as regras que definem o blog, que o diferenciam dos restantes. Na ausência de um tema, o que quer dizer que neste blog se fala potencialmente sobre tudo, e sendo o tema uma regra importante de qualquer blog, coisas pequenas como a meia hora ou o facto de escrever em cafés são pequenos toques que ajudam a defini-lo. Além disso não é preciso vê-las como regras absolutas mas como guidelines, linhas orientadoras do que se deve ou não escrever, do que os leitores poderão encontrar. Não estou a ser absolutamente correcto quando digo que aqui se fala sobre tudo. Não se fala de coisas muito técnicas, por exemplo, como carros, informática, desporto, jogos e, sei lá, receitas de cozinha. Fala-se da simplicidade da vida e dos pequenos pormenores que encontramos no decorrer da mesma. Por isso, se tem que existir um tema para o blog, será este. OK, chega de meta, vamos descrever o ambiente no avião. Não vai muito cheio, estou na penúltima fila com dois lugares vazios ao meu lado, três raparigas do outro lado do avião, uma das quais se está a maquilhar neste momento. Simpáticas e sorridentes. Devo dizer que, realmente, o índice de desconforto aqui é muito inferior ao que tenho geralmente nos cafés. Estando bem lá atrás (aproveitei que a entrada de trás estava vazia, enquanto toda a gente se precipitava para a entrada da frente), vejo toda a gente e, aparte as três raparigas e a tripulação, ninguém me vê a mim. Por isso estou à vontade, embora tenha a ligeira sensação de que não é isso que se pretende. Como se procurasse, precisasse do desconforto. Três filas à frente da minha e do outro lado, está um antigo colega que já não vejo desde os tempos do liceu. Nunca gostei particularmente dele quando estava no liceu, tenho a ideia que ele era um bocado bully, embora na altura não conhecesse o termo. Cumprimentei-o antes de entrar no avião, mas não me pareceu muito entusiástico por me encontrar, por isso a ideia que tenho dele permanece. Obviamente que já não será um bully aos 35 anos de idade, mas não me parece que tenha ganho pontos de simpatia durante este tempo. Temos uma situação nas filas da frente, alguém que se sentiu mal provavelmente, a tripulação está lá quase toda. Não é normal nestes voos, mas de certeza que acontece de vez em quando. De resto não se passa nada. As meninas do lado continuam a maquilhar-se umas às outras. É giro e sobretudo mais interessante de ver do que estar a ler um livro. Estou com um bocado de medo da descida, porque por vezes tenho quebras de tensão e dores de cabeça lancinantes, já cheguei quase a desmaiar uma vez. Não sei porque é que isso acontece, é um handicap que tenho ao andar de avião. Da vez em que eu quase desmaiei não tinha comido nada, por isso desta vez vim prevenido.
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