20 de setembro de 2010

Seg. 21:38 - 22:08

Nova caneta. Yes. A letra continua mais ou menos na mesma, mas ainda se percebe. Não acredito como é que ainda há pessoas que ouvem Nirvana hoje em dia. Vinte anos de música desde o tempo em que acabaram não vos chega? Pois hoje na caminhada passou um carro por mim onde iam a ouvir daquilo em altos berros. Não acredito que seja pessoal novo, cá para mim são trintões ou quarentões que querem voltar à juventude porque aquilo "Smells like Teen Spirits"! AH! AH! Isto vai ser bonito. Um pouco de meta. Começo a ver que falar do processo é provavelmente tão importante como falar do objectivo. E OK, talvez não deteste tanto o meta-blogging como disse ontem, o problema do meta é quando se torna um vício e não conseguimos falar de mais nada senão do blog em si. É verdade, posso ter mentido, uma das coisas a que têm que se habituar neste blog é que eu posso ser muito pouco coerente. Dizer algo num dia e o seu contrário no dia a seguir é perfeitamente natural, pelo menos para quem está a escrever quase sem pensar. Portanto, perseguindo o meu lema de despreocupação e a premissa de que não há regras, vou deixar o meta fluir livremente. Antes de mais, nunca acreditem quando vos dizem que não há regras. Na verdade apresentei este blog com uma única regra, só meia hora por dia, mas depois há uma carrada de regras não ditas que ficam implícitas. Por exemplo, a ausência de parágrafos, ao bom estilo saramaguiano que eu adoro. Atenção, não é falta ou excesso de vírgulas, o Saramago não fez isso, vão ler os livros dele como deve ser. O que havia eram conversas separadas por vírgulas e parágrafos gigantescos. Mas os pontos finais sempre lá estiveram, e o homem tinha razão, estava a tentar escrever como quem conta uma história falada. Acho que ele testava os limites da literatura e era genial por isso. Eu próprio tenho um sonho no que toca à literatura: escrever um romance daqueles de 300 páginas e começá-lo por algo que não tenha nada a ver com a história do romance. Tipo, escrever uma história sobre alguém que descobre que está preso num jogo de computador jogado com a sua mente, e ter de arranjar uma forma de acordar para a realidade, onde descobre que não é nada como tudo o que ele tinha vivido até então, mas começar por contar que eu tinha ido às pirâmides do Egipto e tinha achado que aquilo não tinha piada nenhuma e não passava de um monte de pedras. Ui, a meia hora passa num instante quando estamos inspirados. A experiência de escrever em cafés está a tornar-se interessante. Digam o que disserem, há sempre gente bonita onde quer que a gente vá. Há sempre algo interessante para observar. Nem que seja uma miudita de três anos que passa o tempo a andar à volta da mesa onde os pais e os amigos deles estão sentados. A maneira como olham para mim é algo estranha, e ainda não sei muito bem como me comportar. Um dia, provavelmente, alguém virá ter comigo e perguntar-me o que é que eu escrevinho tanto, e nessa altura dir-lhe-ei que pode lê-lo, é tudo passado para o blog. See you next time.

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