Há uma coisa que não percebo naqueles bares de séries de televisão como o How I Met Your Mother. É assim: por um lado há os regulars, que são basicamente os protagonistas da série, aqueles que estão no bar todos os dias (ou pelo menos todas as semanas, porque estão lá todos os episódios), são sempre os mesmos, conhecemo-los sempre. E depois há uma quantidade enorme de visitantes, as raparigas que eles engatam, que aparecem uma vez por episódio e depois vão à vida delas. O que eu pergunto é, de onde é que vem tanta gente? É realmente plausível que apareça em cada episódio uma ou duas raparigas diferentes, que nunca são as mesmas? Porque é que elas não decidem ir lá mais vezes? Não gostam do bar? Ou simplesmente têm uma experiência tão má com os residentes na série que decidem nunca mais os ver na vida? E se aquilo é realmente mau, porque é que continuam a vir sempre mais e mais visitantes? Há coisas que realmente são desfasadas da realidade. Num bar a sério, se todas as raparigas que se metessem com engatatões residentes deixassem de ir ao bar, depressa este ficaria vazio, só com os residentes, sem mais ninguém que restasse para engatar. Outro cliché: as raparigas que eles engatam estão sempre do mesmo lado do bar. Parece que até já sabem o sítio onde é suposto serem engatadas. Vão para lá de propósito, obviamente. Enfim, isto só em séries americanas. No bar onde estou em Coimbra, tanto quanto sei (e a esta hora) não se engata ninguém. Ou eu sou muito desligado da realidade ou não há o hábito de chegar ao pé de alguém que está ao balcão e apresentar-se. Cada um está com os seus conhecidos, e os grupos não se misturam a não ser que haja amigos comuns, o elo de ligação. E mesmo assim. Nas discotecas é provavelmente, não, seguramente diferente. Há algo de estranho em sermos chamados velhos porque achamos que o barulho da discoteca não dá para conversar. E o mais curioso é a razão pela qual nos chamam isso, à primeira vista poder-se-á pensar que a discoteca não serve para conversar mas para dançar. Mas é precisamente o contrário, o facto é que esse pessoal mais novo efectivamente consegue manter uma conversa no meio da discoteca! Não uma conversa prolongada, dita "normal", mas uma conversa mais curta, gritada aos ouvidos uns dos outros e por isso mesmo muitas vezes compreendida só pela metade. Mas julgo haver uma certa atracção em chegar ao pé da pessoa para lhe falar ao ouvido, deve ser por isso, afinal, que põem a música tão alta.
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